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segunda-feira, 9 de abril de 2012

DESALENTO



DESALENTO

A saudade se ilumina na solidão escura,
E permanece atrás da porta do silêncio,
Escondendo a vergonha entre os dedos,
Ainda que nenhum olhar se acenda.
A tristeza escorre entre as mãos laçadas,
Célere, pelo corpo enfastiado de vida.
Pensamentos coloridos povoam o caos
Da mente anoitecida pelos momentos
Que a estrada produziu nesses tempos
Ingurgitados pela impiedade da vida.
Inútil flagelo da meditação errante,
O desalento não cede ao apelo do arbítrio.
Talvez, a vontade livre e consciente busque
Na saudade dolorida o néctar do impossível.
Nada revive o irrevogável.
Nada aviva o irreversível.
Quem partiu, retorna sem vida na saudade.
Quem ficou, revive nada na solidão escura.

Gilson Froelich
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