DESALENTO
A saudade se ilumina na solidão
escura,
E permanece atrás da porta do
silêncio,
Escondendo a vergonha entre os
dedos,
Ainda que nenhum olhar se acenda.
A tristeza escorre entre as mãos
laçadas,
Célere, pelo corpo enfastiado de
vida.
Pensamentos coloridos povoam o caos
Da mente anoitecida pelos momentos
Que a estrada produziu nesses tempos
Ingurgitados pela impiedade da vida.
Inútil flagelo da meditação errante,
O desalento não cede ao apelo do
arbítrio.
Talvez, a vontade livre e consciente
busque
Na saudade dolorida o néctar do
impossível.
Nada revive o irrevogável.
Nada aviva o irreversível.
Quem partiu, retorna sem vida na
saudade.
Quem ficou, revive nada na solidão
escura.
Gilson Froelich
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