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domingo, 23 de outubro de 2011

BANCO DE JARDIM


Em tudo vibra o perfume do jasmim
Outonamente, solitário e úmido,
Como as folhas que nele adormecem,
Um banco de jardim com resquícios nobres
Clama pelos encontros furtivos que acolheu.

No compasso turvo, o nevoeiro flerta com a luz.
Encantadas, as flores denunciam vida e renovação.
Troncos mortos acariciam o chão inerte...
A cor da resistência é vermelha, como a terra,
Como a liberdade...
Quando as janelas cerraram,
E o açoite das mãos humanas se desfez,
A natureza reagiu, se mobilizou, e se regenerou.
Uma transformação se opera, mas os olhos não vêem.
A vida vai se refazendo, como a criança que cresce.
Disperso, emoldurando o cenário bucólico,
O banco de jardim sonha, coberto de inocência,
Que nele se assente novamente o amor.


Gilson Froelich
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