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segunda-feira, 25 de julho de 2011

ANTIGO RETRATO




Minha velha professora nos ensinou um dia
Que amor era substantivo abstrato
E a nós discutir não cabia.

Seguiria desiludida, distribuindo vã sabedoria
Não fosse pousar em suas trêmulas mãos, antigo retrato.
Moço mais formoso não havia
Sua pele, seu cabelo, seu andar e trato
De olho na foto o coração batia
Era o menino lindo que conhecera ainda estudante no internato.
Ao passado voltou, como fosse magia
Encontrar um amor tão grande quanto insensato
Amor de menina que agora sabia
Que nunca seria de fato.

Então, voltando ao presente dia
A professora à classe proferiu um ultimato:
Amor não é abstrato
Amor é concreto e ela sabia
Pois podia vê-lo no antigo retrato.

Clau Assi

Um comentário:

  1. Clau Assi,

    Este foi o seu primeiro poema que li ainda naquele site antigo. De lá pra cá sempre que posso leio o que você escreve e me encanto sempre.
    Sua poesia é demais.
    Parabéns poetisa.

    Henrique

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