Em noites escuras, de luas escondidas,
as estrelinhas saem para brincar...
o céu envolto em andrajos de breus
derrama chuva nos caminhos.
E quando a água cobre o chão,
Ando sem rumo, procurando palavras.
Gilson Froelich
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Karinhosamente
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sábado, 17 de fevereiro de 2018
PROCURA
sexta-feira, 14 de agosto de 2015
Beija-flor
Ouso chamar-te,
Romper os grilhões...
Mas qual...
Como minha jabuticabeira,
Não produzo frutos.
Louvo-me em contempla-la,
Como um beija-flor romântico
Pairado no ar.
Só sol, só sumo, só seiva...
Eis meu peito sofrido,
Ardendo sob o desencanto da vida.
Gilson Froelich
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terça-feira, 11 de agosto de 2015
Dor de amor
Mais uma jornada se anuncia,
Mas o sol de ontem nunca voltará.
Paira uma falsa impressão de que a vida se repete,
Mas os atos não têm eternidade.
Misericórdia !
Misericórdia !
Se meus lábios já não entoam louvores.
Misericórdia !
Se minhas emoções descompassam.
Ou se versejo o amor com encantamento.
Longe das dores que delas me fartei,
Antes nunca do que tarde.
Gilson
Froelich
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terça-feira, 11 de novembro de 2014
CHUVA
Sonolenta, sem
lua,
Segue a chuva,
fina e tênue,
Como lâmina
riscando o jardim do céu.
Névoa de sonhos
brejeiros,
Embaça os olhos,
queima a pele,
E esmaece no chão,
enfumaçada.
Alvoroçado, o
jasmineiro responde,
E entrega suavidade
Em forma de perfume
colorido.
A paz molha a
cidade,
E as faces.
Como a dor...
Gilson Froelich
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terça-feira, 21 de outubro de 2014
COROAI-ME DE ROSAS
Coroai-me de rosas,
Coroai-me em verdade
De rosas -
Rosas que se apagam
Em fronte a apagar-se
Tão cedo !
Coroai-me de rosas
E de folhas breves.
E basta.
Fernando Pessoa
sábado, 18 de outubro de 2014
AMANHÃS ETERNOS
Somos tempo,
Angústia de cada
dia,
Sorrisos de
ternura,
Lágrimas de
saudade.
De momentos que
nem existem.
Somos hoje,
Que se esvai em
cada segundo,
Perde-se em cada
palavra,
Sepulta a luz dos sonhos.
Somos amanhã.
Promessas de
porvir,
Somos um fim a
caminho da paz.
Amanhãs eternos,
Somos amor.
Gilson Froelich
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sexta-feira, 19 de setembro de 2014
FLERTE
Ando flertando comigo.
Sem pretensões, sem narcisismo.
Sem tristeza.
Sem entrega – que esta causa dano ao corpo.
Flerto comigo apenas de passagem.
Logo me deixo, talvez só, talvez não.
Se só, deito-me na acídia.
Se não, devoto-me à paixão.
Gilson Froelich
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quarta-feira, 3 de setembro de 2014
VIDA
Não estamos
morrendo,
Mas prestes a
nascer ...
A beleza humana
sobreviverá.
Porque a
consciência é imortal
E tem o dom da
eternidade:
Carregada pelos
braços físicos
Oferece a razão do
existir.
Se isso não é
verdadeiro,
Ao menos é consolador.
Porque os corpos
serão pó.
E a consciência,
vida.
Quem nascer, verá
!
Gilson Froelich
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SOZINHO
Sou sozinho.
Assisto desolado a
minha lenta consumação.
Esse olhar que me
dou no espelho é falso.
Não sou eu.
Chamei tantos de
amigos ao longo do tempo.
Falei tanto de
amor...
Distraidamente nem
percebi que
A felicidade é uma
ideia apenas. Volátil.
Inútil desperdício
de energia.
Tudo que é volátil
não é importante.
Uma busca vã
de significados.
Um dia seremos
nada para quem vive.
Talvez uma singela
saudade. Passageira.
E estaremos
sozinhos para desatar
As amarras de
sentimentos e sensações
Que só nós
vivemos.
Sou sozinho.
Sempre serei,
Desde que meus
instintos não me traiam,
Os sentimentos não
tem a face humana.
Gilson Froelich
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segunda-feira, 18 de agosto de 2014
Lágrima
Anjo da agonia,
A lágrima desperta
e, desgarrada,
Avança sobre a
face,
Leito de tristeza,
Armando sulcos
desconexos.
Noites de provação
Exigem força e paciência.
Até que, à luz dos
segredos molhados,
Como uma rajada de
vento nos juncos,
A brisa sopre o
alívio que a alma espera.
Gilson Froelich
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